segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

6: Entender que coisas que são legais na memória (ou fantasia) devem permanecer lá mesmo...

O Fabio tem uma teoria. "A barreira dos 15". Tudo aquilo que achávamos legal antes dos 15 anos não vai ser legal se for revisto / refeito / re-experimentado (dou lhufas para as novas regras da gramática...) na atualidade. Eu, particularmente, odeio essa teoria. Mas, devo admitir que começo a concordar - em parte - com ela.

Tudo começou na madrugada de sábado. Estava assistindo ao filme "Thomas Crown - a arte do crime" e comentei "esse filme tem uma das cenas de sexo mais sensacionais da história do cinema!" (ignorem o meu limitado conhecimento sobre a história do cinema, ok?).

Aí estou lá, aguardando a cena, na minha lembrança uma cena de 30 minutos, super quente, com vários "uuuhh"s e "aaahhh"s e - detalhe requintado - sexo regado à vodca (siiiiimmm Pierce Brosnan e Rene Russo peladões se lambuzando de vodca... era Absolut... eu tinha certeeeeza!), quando percebo que a cena dura poucos 2 minutos, não tem "uh" nem "ah" coisa nenhuma e, olha só... a garrafa de vodca era na verdade uma mísera garrafinha de 500 ml de água mineral...
Sniff... concordo agora com a parte de não ter revisto o filme... Podia ter visto a chamada do filme e ficado somente no comentário...

Aí, inquieta com essa constatação, percebi que há uma lista - quase infinita - de coisas que deveriam ficar na imaginação ou na memória de um passado remoto... tipo:

  • O bolo de chocolate com que sonhei outro dia. Já provei uns 5 diferentes e nada! Eita fantasia difícil de realizar...
  • A história da amiga que perdeu a calcinha em uma festa... Na minha fantasia, ela tinha conhecido o cara nessa mesma festa, levado-o para um cantinho e NHOC... Mas não... descobri recentemente que ela já conhecia o cara... Tudo bem... perdeu a calcinha, mas naminha fantasia era beeeem mais legal...rsrsrs
  • Pegar aquele cara... bonitão... aquele que você tem cer-te-za que tem a "pegada do gorila", que vai te jogar na parede e te chamar de lagartixa... Aiai... e aí você descobre que deveria ter ficado na fantasia.... Que a pegada do gorila tá mais pra um abracinho de mico leão dourado... E que TUDO AQUILO é só aparência... tsc...
  • E, pra lista não ficar tão infindável assim, a última de hoje: eu tinha certeza absoluta de que, quando nasci meus pais plantaram uma jabuticabeira em minha homenagem... E quando ela começou a dar frutos - muito tempo depois do que deveria, segundo meu pai - eu tive a certeza de que era um sinal. Um sinal de que eu era uma mulher feita, madura, pronta para gerar os frutos de uma vida plena e feliz... Ano passado, contando essa história ao telefone, na frente da minha mãe, fui desmascarada. A compra da tal árvore nada tinha a ver com o fato de eu ter nascido... era mera coincidência.... Haja frustração. Acho que estou traumatizada até agora... Mas não deixa de ser uma idéia super marketeira para as maternidades oferecerem aos pais babões... Vou patentear!

Bem, agora ficam duas perguntas: qual história de vocês era melhor na fantasia? E: quem é que se dispõe a nunca mais ouvir músicas antigas, comer fruta no pé, assistir à Caverna do Dragão e pular amarelinha, só de medo de descobrir que "na fantasia era bem melhor"?!?

4 comentários:

  1. Eu me imaginava, quando criança, uma executiva de sucesso com marido, filhos e uma carreira invejável na área de música, tipo empresária de uma banda mega pop, sabe?

    Na vida real virei executiva com trabalho demais e num ramo sem a mágica do meu sonho infantil, moro sozinha sem sinal de marido e filhos no curto prazo... E a vida cheia de glamour nunca veio... hahaha

    Bjsss

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  2. olha, comer Mirabel depois de uns 10 anos foi uma dessas viu... puta waferzinho com gosto de banha e murcho... era tão melhor só na memória...

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. A teoria não é minha não, é do pessoal do Nerdcast... e eu não acho que não possa ser refeito, apenas que algumas coisas, não todas, não são tão boas quanto a gente se lembra.

    Quando criança, eu adorava o filme "O Garoto do Futuro", no qual Micheal J. Fox interpretava um lobisomem adolescente. Não me atrevo a assistir de novo, deve ser horrível.

    Em compensação, "Curtindo a Vida Adoidado" continua excelente :)

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